A última visita de Lula a
Cuba deixou muita gente da esquerda de cabelo em pé. O ex-presidente viajou com
Blairo Maggi, peso pesado do agronegócio brasileiro e o maior plantador de soja
do mundo. Ambos se encontraram com o líder do governo cubano, Raul Castro, e defenderam
a experiência brasileira nas áreas de energia e agricultura.
Trata-se do modelo imposto no
Brasil com a entusiasmada ajuda dos governos tucanos e petistas. Representa um
desastre ambiental, social e energético. Sua possível adoção na ilha de Fidel
só pode causar grande preocupação naqueles que respeitam a luta do povo cubano
contra o imperialismo.
Mas, talvez, já exista algo
pior que o agronegócio ameaçando o povo de Cuba. E é um produto ainda mais brasileiro
que a soja transgênica e os agrotóxicos. Trata-se das telenovelas. Quem se
identifica como brasileiro nas ruas das cidades cubanas costuma ser recebido
com a seguinte descrição: “Ah, Brasil! A terra das melhores novelas!”.
O mais recente sucesso nas
TVs cubanas, por exemplo, é “Avenida Brasil”, da Globo. A personagem mais
popular é Suellen, a “periguete” vivida por Isis Valverde. Mas já passaram por
lá dezenas de outras produções brasileiras desse tipo e “qualidade” nas últimas
décadas.
Se as substâncias tóxicas e
geneticamente modificadas da turma do Maggi são um veneno, a peste ideológica
que representa nossa produção televisiva pode ser fatal. É muito provável que as
primeiras só venham a ser adotadas por que a segunda ajudou a preparar o
terreno. O ilustre petista só está concluindo um trabalho sujo que já
vem de muito tempo. Aqui e lá.
Leia também: “Nosso imperialismo”
chega a Cuba
Nenhum comentário:
Postar um comentário