As notícias na área da
energia elétrica não são nada boas. Para a população, em primeiro lugar. E para
o governo Dilma, também. O risco de haver apagões e racionamentos é grande. Mas
é o resultado de uma opção do governo petista: beneficiar as grandes empreiteiras
com a construção de usinas gigantes e pouco úteis.
Um artigo publicado por Telma
Monteiro em seu blog ajuda a
entender o que está acontecendo. O texto cita as usinas do Jirau e de Santo
Antônio no rio Madeira. Já concluídas, as duas centrais hidrelétricas “não
estão servindo para nada”, diz Telma.
As linhas de transmissão com
2.450 km para trazer a energia de Porto Velho para o Sudeste, só ficaram
prontas depois que as turbinas de Santo Antônio estavam operando. As mesmas
turbinas de Santo Antônio que agora foram desligadas por ordem do Operador
Nacional do Sistema (ONS) devido à cheia. Linhas de transmissão com custo
absurdo não estão transportando, hoje, nenhum megawatt. A previsão é que as
cheias da bacia do rio Madeira vão avançar para todo o mês de março.
Ao mesmo tempo, a população
pobre do lado boliviano do Madeira vem sofrendo com enormes enchentes. Muito
provavelmente, agravadas pelas barragens das usinas brasileiras.
Enquanto isso, 640 pequenas
hidrelétricas esperam em vão autorização da Agência Nacional de Energia
Elétrica para serem construídas. Cerca de 95% delas fora da Amazônia. Parece que
não atraem o interesse de grandes empreiteiras, intermediários financeiros e poderosos
doadores de campanhas eleitorais.
O governo Dilma está sentado
numa cadeira elétrica. Mas para sua sorte não deve haver tensão
suficiente para acioná-la.
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