Acumulam-se provas de que há uma conspiração por trás dos recentes ataques a
faca na cidade do Rio de Janeiro. Muito provavelmente, trata-se de um conluio
composto por bandidos temerários e terríveis facínoras.
Entre seus ancestrais, os senhores de escravos. Os mesmos que administraram a
abolição da servidão tão habilmente que mantiveram seus privilégios e
arrancaram a seus ex-cativos toda possibilidade de encontrarem trabalho digno.
Em seguida, vieram os coronéis e o domínio pelo cabresto da ignorância e da crueldade.
Os industriais foram os próximos. Graças aos primeiros são capazes de
superexplorar nas cidades os que foram expulsos do campo por falta de lavouras e
pastos de onde tirar seu sustento.
Da conjuração sempre participaram decisivamente todos os governantes. Democratas
ou ditadores, jamais nenhum deles ameaçou os interesses dos proprietários de
gente, dos parasitas de operários e dos vampiros de trabalhadores.
A proteger tão brutal conspiração, um aparelho policial criado para caçar fugitivos
do cativeiro e aperfeiçoado no massacre de trabalhadores revoltados pela fome. Especializado
na tortura e assassinato dos rebeldes ou simplesmente daqueles nascidos na
pobreza.
Mas os encarregados de fazer o trabalho mais sujo não são os que portam facas,
nem são somente ladrões de bicicletas. Também não se resumem às organizações chocadas
nos serpentários em que se transformaram as prisões do País.
Realmente decisiva para o sucesso dessa mancomunação trevosa é a vergonhosa submissão
de alguns animais que julgam habitar regiões superiores. São os urubus senis da
mídia e os morcegos de morada antiga ou recente nos palácios e parlamentos.
Leia também: Da crueldade
infantil à brutalidade penal
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