De
volta ao livro “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”, de Yuval Noah
Harari. Para aqueles que gostam de classificar alguns comportamentos humanos como
“biologicamente anormais”, o autor propõe o seguinte raciocínio:
Como podemos
diferenciar aquilo que é biologicamente determinado daquilo que as pessoas
apenas tentam justificar por meio de mitos biológicos? Um bom princípio básico
é “a biologia permite, a cultura proíbe”. A biologia está disposta a tolerar um
leque muito amplo de possibilidades. É a cultura que obriga as pessoas a
concretizar algumas possibilidades e proíbe outras. A biologia permite que as
mulheres tenham filhos – algumas culturas obrigam as mulheres a concretizar
essa possibilidade. A biologia permite que homens pratiquem sexo uns com os
outros – algumas culturas os proíbem de concretizar essa possibilidade.
E
ele ainda reforça com exemplos bem didáticos:
Nenhuma cultura
jamais se deu ao trabalho de proibir que os homens realizassem fotossíntese,
que as mulheres corressem mais rápido do que a velocidade da luz, ou que
elétrons com carga negativa atraíssem uns aos outros.
Ninguém é obrigado a acreditar nas ciências biológicas. Mas, da mesma maneira, ninguém merece que lhe berrem nos ouvidos sua pretensa “anormalidade”, ou simplesmente resolvam combatê-la com violência física.
Para quem a evolução das espécies não vale, deveria valer a evolução cultural. Se nem isso for possível, pode ir fazer fotossíntese no inferno.
Leia também: No auge de nossa evolução, a fofoca
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