Doses maiores

13 de maio de 2015

O lulismo faz escola na Europa do Sul

Vários analistas da esquerda dizem que o Brasil caminha rumo à Europa do Sul. Referem-se à crise que atinge os trabalhadores de Portugal, Espanha e Grécia, com forte recessão, desemprego elevado, direitos sociais cassados, salários miseráveis e dívidas públicas enormes.

Mas Sara Granemann acrescenta a esta perspectiva outro elemento. A professora da Escola de Serviço Social da UFRJ afirmou em recente entrevista ao portal da EPSJV/Fiocruz que os países da Europa do Sul estão sofrendo um processo de “latinoamericanização”.

Mais especificamente, trata-se de adotar o modelo lulista, que, segundo Sara, fez:
 


... do fundo público destinado às políticas sociais elementos de acumulação para o capital bancário e financeiro. Transforma tudo isso em dinheiro. Então vai desmontando os aparatos de realização da política social: desmonta o hospital, mas para aquele que não pode, atende gratuitamente. E para o outro? Para aquele que está desempregado e não poderia pagar, dá o emprego (...), e daí considera-se que ele tem condições de pagar pela consulta. Então, ao transformar a política social num direito monetarizado, esse dinheiro volta para o capital, volta para os bancos. A Bolsa Família não é um conjunto de serviços que o pobre no Brasil pode utilizar: não é escola, não é alimentação na escola, não é o hospital de boa qualidade. É um dinheiro que ele recebe via banco e que, individualmente, é uma miséria, mas aquilo que entra no banco é, na totalidade, um montante muito considerável.

O depoimento é importante para ajudar a compreender como o lulismo preparou a atual ofensiva conservadora, mantendo intactos os interesses dos poderosos e desarmando os explorados.

Não deixe de ler a entrevista,
clicando aqui.

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