Mas Sara Granemann acrescenta a esta perspectiva outro elemento. A professora da Escola de Serviço Social da UFRJ afirmou em recente entrevista ao portal da EPSJV/Fiocruz que os países da Europa do Sul estão sofrendo um processo de “latinoamericanização”.
Mais especificamente, trata-se de adotar o modelo lulista, que, segundo Sara, fez:
... do fundo público destinado às políticas sociais
elementos de acumulação para o capital bancário e financeiro. Transforma tudo
isso em dinheiro. Então vai desmontando os aparatos de realização da política
social: desmonta o hospital, mas para aquele que não pode, atende
gratuitamente. E para o outro? Para aquele que está desempregado e não poderia
pagar, dá o emprego (...), e daí considera-se que ele tem condições de pagar
pela consulta. Então, ao transformar a política social num direito
monetarizado, esse dinheiro volta para o capital, volta para os bancos. A Bolsa
Família não é um conjunto de serviços que o pobre no Brasil pode utilizar: não
é escola, não é alimentação na escola, não é o hospital de boa qualidade. É um
dinheiro que ele recebe via banco e que, individualmente, é uma miséria, mas
aquilo que entra no banco é, na totalidade, um montante muito considerável.
O depoimento é importante para ajudar a compreender como o lulismo preparou a atual ofensiva conservadora, mantendo intactos os interesses dos poderosos e desarmando os explorados.
Não deixe de ler a entrevista, clicando aqui.
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