Em vídeo que pode ser encontrado na internete, ela inicia uma palestra afirmando que pretende chamar a atenção para os perigos de “uma história única".
A escritora passa, então, a falar sobre narrativas que falam de certos setores sociais de um único modo. Negros são vagabundos ou criminosos. Africanos, povos atrasados. Mexicanos, bêbados e indisciplinados...
Para darmos razão a Chimamanda, basta lembrar o que faz nossa grande mídia. A um enorme setor social são reservadas apenas algumas variações de uma única história. Nos telejornais ou na imprensa escrita. Nas telenovelas ou nos filmes, os negros são retratados como marginais ou preguiçosos. Relatos que os tornam merecedores de figurar nas estatísticas como as maiores vítimas de mortes violentas, tortura ou aprisionamento ilegal.
Por trás de tudo isso, estão os monopólios dos meios de comunicação e produção cultural. Ou, como diz Chimamanda, o “nkali”:
São as trevas dos que se julgam maiores condenando à escuridão as mil e uma histórias coloridas dos humilhados e ofendidos.É impossível falar sobre única história sem falar sobre poder. Há uma palavra, uma palavra da tribo Igbo, que eu lembro sempre que penso sobre as estruturas de poder do mundo, e a palavra é "nkali". É um substantivo que livremente se traduz: "ser maior do que o outro." Como nossos mundos econômico e político, histórias também são definidas pelo princípio do "nkali". Como são contadas, quem as conta, quando e quantas histórias são contadas, tudo realmente depende do poder.
Veja o vídeo aqui
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