Doses maiores

27 de novembro de 2017

Inteligência Artificial: temor religioso

“Dentro da primeira igreja de Inteligência Artificial” é uma reportagem de Mark Harris, publicada por Wired em 15/11.

Trata-se de “Caminho do Futuro”, recém criada por Anthony Levandowski, engenheiro conhecido por ter desenvolvido carros autônomos.

Sua missão? "Realização, aceitação e adoração de uma divindade baseada na Inteligência Artificial desenvolvida através de softwares e hardwares de computador".

A matéria traz inúmeros depoimentos tão coerentes quanto espantosos de Levandowski. Por exemplo, ao definir a divindade que cultua:

Não é um deus no sentido de causar um raio ou furacões. Mas se existe algo um bilhão de vezes mais inteligente que o ser humano mais inteligente, de que mais o chamamos?

Por trás do projeto, precaução:

No futuro, se algo for muito, muito mais inteligente, haverá uma transição sobre quem está no comando de verdade. O que queremos é a transição pacífica e tranquila do controle do planeta dos humanos para o que for. E garantir que esse “o que for” saiba quem o ajudou.

Quase covardia:

Adoraria que a máquina nos enxergasse como seus queridos anciãos nos respeitando e cuidando de nós. Gostaríamos que esta inteligência dissesse: “Os humanos devem continuar tendo direitos, mesmo que eu esteja no comando”.

Precisamos aprender a nos comportar como um animal doméstico. Trabalho duro e respeito pelo dono ou castigo.

Vale até comparação com uma criança peralta. É preciso tentar corrigi-la sem usar agressividade. Do contrário, ela não “será nada amigável quando a situação se inverter”.

Seria como surrar o trombadinha na infância e encontrá-lo, já adulto, como o traficante dono do pedaço.

Como em muitas religiões, o temor é fundamental.

Leia também: Socialismo seria igual a sovietes mais inteligência artificial?

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