Doses maiores

10 de junho de 2024

EUA e Israel promovem massacres, não guerras

O portal Outras Palavras publicou o artigo “O que nos separa de um novo conflito global” do sociólogo alemão Wolfgang Streeck, em 09/06/2024.

Vale a pena ler o texto na íntegra, mas há um trecho em que o autor faz uma contabilidade bastante sinistra. Streeck começa informando que na Guerra do Vietnã, os Estados Unidos perderam 58.220 soldados, incluindo os que morreram em circunstâncias não relacionadas a combates. Já as baixas vietnamitas foram estimadas entre 1.8 milhão e 3.3 milhões, contando militares e civis. O total exato não está disponível porque grande parte da carnificina ocorreu através de bombardeios. Mas a proporção de mortes ficou entre 30 e 57 mortos vietnamitas para cada soldado americano.

Na Guerra do Golfo de 1991, esta proporção passou a ser 1 morto estadunidense para 138 iraquianos. No Afeganistão, a mortalidade baixou para 1 americano x 45 afegãos. Na invasão do Iraque por George W. Bush, voltou a subir: 1 x 94 iraquianos.

Na Síria, disparou para 1 x 805. Os israelenses não se saíram tão bem nos 23 dias da operação “Chumbo Fundido”, entre 2008 e 2009, ficando com uma proporção de 1 israelense x 231 palestinos mortos.

Na atual guerra de Gaza, em 28 de março de 2024, 32.490 habitantes de Gaza e 251 soldados israelenses morreram, em uma proporção de 1 americano x 129 palestinos, a maioria destes, mulheres e crianças.

São esses números que levam Streeck a afirmar, com toda razão, que as “guerras dos Estados Unidos são massacres em vez de batalhas. E que isso “é ainda mais verdadeiro para as guerras israelenses”.

Leia também: O evangelho genocida do Estado de Israel

5 comentários:

  1. Verdade, uma carnificina contábil de vidas.

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  2. Sergio, "Os benefícios socioculturais da guerra." - "Parece que, no fim das contas, nem tudo está dando errado no Ocidente, talvez nem mesmo na Alemanha: ao nos unirmos à guerra pela democracia contra o autoritarismo, acabaremos com a dúvida e o ódio por nós mesmos infligidos pelo “Sul Global”." - "E como é apropriado que a nova unidade não seja incompatível com a recente feminização da política! As jovens mulheres dos Verdes parecem ser, no mínimo, tão militantes quanto os velhos homens de cáqui, talvez também porque aqueles mais queridos em seus corações políticos serão poupados da viagem aos campos de extermínio." -

    Eu não entendi. Há uma nota de ironia ai ou ele esta defendendo que a Europa ( e Alemanha especialmente) retome seu heroísmo bélico com " gastos militares maiores" para retornar "a uma vida mais séria, mais responsável, mais adulta, na qual estamos preparados para morrer e nos deixar matar por nossos ideais"?

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    1. Jorge, depois que li o texto fui atrás dessa história dos Verdes da Alemanha. E, realmente, esse partido entrou numas de apoiar a guerra com tudo. A ministra de relações exteriores é verde e é considerada uma verdadeira belicista. Não à toa, os verdes tiveram uma derrota feita no Parlamento Europeu. Então, é ironia dele, sim. Como algumas das análises sobre a votação do Parlamento Europeu já disseram, os partidos que apoiaram o a guerra da Ucrânia sofreram uma grande derrota. Abraço

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  3. Esses alemães escrevem como filósofos alemães rsrsrs

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