Era a celebração
dos Estados se colocando acima do esporte. Naquela época, um bando de duques e
príncipes, assustados com a possibilidade de uma revolução mundial, comemoravam
a disputa de uma nação contra outra e a divisão do mundo entre si.
Mas um momento
importante de mudança aconteceu em 1936. Os Jogos aconteceram na Alemanha de
Hitler. Antes disso, as Olimpíadas eram apenas um momento em que as pessoas se
reuniam para praticar esportes.
Hitler e seu
departamento de propaganda levaram o evento um nível totalmente novo. A corrida
da tocha olímpica, por exemplo, foi criada por Joseph Goebbels. A ideia de fazer
os atletas marcharem como se fossem um exército, também. Era a glorificação do
nazismo. Uma espécie de nacionalismo vitaminado por esteroides.
Assim, o
nazismo e os Jogos Olímpicos caminharam de mãos dadas. Tudo isso acontece antes
da Segunda Guerra. Terminado o conflito, as Olimpíadas voltam a ser organizadas,
mas foram mantidos todos aqueles traços dos jogos nazistas.
Foi nesses
mesmos jogos que o americano Jesse Owens venceu a prova de corrida atlética. A
vitória de um negro em plena Alemanha dominada pelo racismo foi memorável. Mas
Roosevelt, presidente dos Estados Unidos na época, jamais o cumprimentou pelo
feito.
Não é preciso
ser nazista para ser racista.
As informações
são de Dave Zirin, em sua entrevista para a “International Socialist
Journey”.
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