Doses maiores

3 de julho de 2012

Quando mídia golpista e petistas se entendem

Segundo  as manchetes dos jornais, o “setor público paga mais que empresas privadas no Brasil”. É o que diz levantamento feito pelo Globo a partir de dados do Censo 2010. A informação foi às bancas em meio a uma onda de greves do funcionalismo.

No dia 03/07, o Estadão publicou “Reivindicações de servidores podem custar R$ 60 bi”. E a matéria traz comentário do secretário de relações de trabalho, Sérgio Mendonça: "É mais do que a previsão de gastos do Orçamento com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)".

Os sindicatos precisam responder a essa ofensiva. Verificar de que modo foi feito o levantamento pelo Globo. Questionar seus pressupostos e objetivos. Principalmente, a ideia de que há servidores demais, ganhando bem e trabalhando pouco. E que o setor público é um peso morto e caro.

Quanto ao setor privado, talvez fosse interessante citar informações da própria mídia. “Indústria automobilística teve isenção de R$ 1 milhão por emprego criado”, diz título de matéria de Iuri Dantas publicada hoje, no Estadão. Segundo a matéria “o governo brasileiro abriu mão de R$ 26 bilhões em impostos para a indústria automotiva”. O setor criou 27.753 novas vagas de trabalho. Façam as contas.

Mendonça representa o governo na Mesa Permanente de Negociação com o funcionalismo. Realmente, a negociação é permanente, pois o governo não apresenta propostas. De concreto mesmo, só declarações como a que ele fez. Os petistas acusam a grande mídia de ser golpista. Estão corretos. Mas parece que vale uma parceria se o alvo dos golpes for a luta dos servidores.

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