“Uberização do trabalho: subsunção real da viração” é o
título de artigo publicado por Ludmila Costhek Abílio no site Passa Palavra, em
19/02.
O texto é muito interessante e diz respeito ao que a
autora chama de “empresas-aplicativo”. O maior exemplo é a Uber, mas há muitas
outras surgindo.
Quase todas tentando ocultar atrás do que chamam de
“microempreendedorismo” ou de “economia compartilhada”, o que é apenas uma informalização
das relações de trabalho.
Por outro lado, “já surgiram novas formas de organização
política, que envolvem a criação de sindicatos de aplicativos, greves e
manifestações de trabalhadores uberizados”, diz ela.
Em 2016, por exemplo:
...motoristas Uber americanos
(atualmente mais de 400 mil) juntaram-se a enfermeiras, trabalhadores do setor
hoteleiro, entre outros, na campanha “Fight for US$15”, que demandava o
pagamento mínimo de quinze dólares por hora de trabalho.
Motoboys paulistanos que trabalham para o aplicativo
Loggi também “organizaram manifestação que interrompeu faixas da Marginal
Pinheiros e da Av. Rebouças, contra a nova forma de remuneração por entrega
implementada pela empresa”.
Além disso, “ciclistas-entregadores da empresa Foodora
organizaram as primeiras greves de trabalhadores por aplicativos na Itália”.
Ainda segundo Ludmila:
...foram criados em 2016 o Sindicato
dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo, a Associação dos Motoristas
Autônomos por Aplicativos e Sindicato dos Motoristas de Transporte Privado
Individual de Passageiros do Estado do Pernambuco.
Ou seja, a luta de classes também chegou ao Uber e a outras
modernidades que escondem a velha exploração capitalista.
O problema é que muitos de nós não têm conseguido ir além
da militância via aplicativos como Facebook e WhatsApp.
Os exploradores curtem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário