Em maio, o IdgNow divulgou pesquisa realizada pelo grupo Regus que aponta o
Whatsapp como o preferido por 95% dos profissionais de escritório, seguido de
Skype e Facebook Messenger.
Segundo Otávio Cavalcanti, diretor da Regus, a importância desse “suporte
tecnológico” é “mostrar como os funcionários podem ser totalmente operacionais,
mesmo quando não estão no escritório”.
Por “totalmente operacionais”, entenda-se à disposição do patrão em tempo
integral.
Enquanto isso, Marcio Pochmann entrou na polêmica Uber x táxis. Em artigo
publicado no portal Rede Brasil Atual, em 23/08, ele mostra como o aplicativo é
mais um exemplo de ferramenta que torna possível os chamados "contratos de
trabalho de zero horas".
O Uber permite o “emprego do trabalho disponível a partir de
cadastramento livre de mão de obra excedente, sem nenhum benefício de proteção
social e trabalhista”.
No Reino Unido, diz ele, cerca de 1 milhão de trabalhadores estariam submetidos
a essas condições, principalmente em redes como Mc Donald’s, Subway, entre
outras.
Estaria em formação, portanto, “uma nova classe precária de trabalhadores mal
pagos e levados a estar à disposição plena dos demandantes de trabalho flexível”.
Esse tipo de Fenômeno é bastante facilitado pelas novas tecnologias digitais,
mas não é inédito.
Como Pochmann nota, no século 19, “o trabalho era realizado em locais
distintos, por meio de grande competição entre a mão de obra disponível e sem
qualquer proteção ou organização sindical”.
Voltamos ao século 19?, pergunta Pochmann. Ou, perguntaríamos nós, ficamos no século 20, defendendo operadoras de celular que roubam seus clientes e a meia-dúzia de donos de
frotas que superexploram dezenas de milhares de taxistas?
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Entre a cruz e a caldeirinha. Mas o que queria comentar é a nova formação do exército de reserva. Antigamente eles ficavam nas docas, nas portas das fábricas; hoje, ficam nos celulares. Mudaram as moscas. Ou seria mais correto dizer que mudou a forma delas voarem? Acho que os dois: os operários não existem exatamente como eram; e não chegam mais a merda como chegavam antigamente.
ResponderExcluirAcho que aumentam as moscas pra pouca merda de menor qualidade. Mas o mais sério talvez seja o isolamento das pessoas. A individualização, que também lembra o século 19, em que fábricas enormes ainda eram poucas.
ResponderExcluirValeu!