Um dos personagens mais importantes do livro “Libertação Negra e Socialismo”, de Ahmed Shawki, é Malcolm X.
A militância antirracista de Malcolm começou no islamismo. Mas, em 1964, ele rompeu com a fé islâmica, condenando a política de conciliação com o sistema racista defendida por seus líderes. Ao mesmo tempo, cobrava maior radicalidade do movimento pelos direitos civis.
Segundo ele, para derrotar o racismo seria preciso uma revolução. E como “não pode haver revolução sem derramamento de sangue, é absurdo descrever o movimento pelos direitos civis como uma revolução”.
Malcolm chegou a defender o nacionalismo negro, em que os afrodescendentes administrariam seus próprios negócios e interesses coletivos, separados dos brancos.
Mas após visitar países da África, também em 1964, começou a argumentar que a luta negra nos Estados Unidos fazia parte de uma luta internacional, conectada ao combate contra o capitalismo e o imperialismo.
O passo seguinte foi argumentar em favor do socialismo:
É impossível um branco acreditar no capitalismo e não acreditar no racismo. Você não pode ter capitalismo sem racismo. E quando você encontra alguém que garanta não ser racista em sua visão de mundo, geralmente essa pessoa é socialista ou sua filosofia política é o socialismo.
Ele passou a defender uma ampla aliança dos explorados e oprimidos sem distinção de cor, filosofia política, econômica ou social, desde que o objetivo fosse “destruir o sistema abutre que tem sugado o sangue dos negros neste país”.
Infelizmente, diz o autor, Malcolm foi assassinado antes que pudesse desenvolver plenamente seus pontos de vista políticos. Na próxima pílula, outro personagem fundamental: Martin Luther King.
Leia também: A luta antirracista nos EUA: da não violência à autodefesa
Muito bom
ResponderExcluirValeu!
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