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31 de março de 2023

A luta antirracista nos EUA: da não violência à autodefesa

Vamos a mais relatos sobre a história da luta antirracista nos Estados Unidos, retirada do livro “Libertação Negra e Socialismo”, de Ahmed Shawki.

Em fevereiro de 1960, quatro estudantes negros da Escola Técnica Agrícola da Carolina do Norte sentaram-se na seção reservada “somente para brancos” de uma lanchonete e pediram um pouco de café. Eles não foram atendidos, mas se recusaram a sair até que a loja fechasse.

Em abril do mesmo ano, essa tática havia se espalhado para 78 comunidades sulistas, com cerca de 2 mil estudantes presos. Em agosto de 1961, mais de 70 mil negros e brancos participaram de protestos desse tipo. Três mil foram presos.

No mesmo mês, foi fundado o Comitê Coordenador Estudantil Não Violento (SNCC, na sigla em inglês). A organização rapidamente tornou-se a ala esquerda do movimento dos direitos civis e daria origem ao movimento Black Power.

Em junho de 1964, três defensores dos direitos civis foram assassinados pela Ku Klux Klan, no Mississipi. Dois deles eram brancos. Tornou-se evidente para o SNCC que a não violência precisava dar lugar à autodefesa.

Em 1965, a organização passou a denunciar a Guerra do Vietnã, argumentando que os negros não deveriam lutar em outro país até que eles mesmos fossem livres em sua terra natal.

A liderança moderada de Luther King passou a ser desafiada pela militância radicalizada dos defensores do “Black Power”. O clima mudou definitivamente da política da reforma para a da militância revolucionária. As ideias de Malcolm X começaram a exercer considerável influência dentro do movimento.

É o que veremos em uma próxima pílula.

Leia também: O castigo de Hitler e a morte de Emmett Till

2 comentários:

  1. Mississipi em Chamas. Eram os brancos judeus? A reação a morte dos brancos foi porque era judeus? A vitimização do judeu no cinema (financiada fortemente pelo capital financeiro e romantizada para vencer o sentimento de repulsa construído - ou alimentado - pela Ig. Católica e construir, em seu lugar, o sentimento de pertencimento e empatia) alterou, no filme, a historia real? As releituras da história pelas plataformas de streaming é planejamento estratégico da elite global para eliminação dos livros e documentos históricos do mundo? (rsrsrs)

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    1. Rsss. Não lembro se eles eram judeus. De qualquer maneira, conspiração ou não, realmente há vários filmes mostrando a "aliança" entre negros e judeus contra o racismo. E parece que é verdade. A letra da música "Estranho Fruto", gravada por Billie Holiday, é de um judeu, por exemplo. Quanto aos streamings, pode ser, mas acho que nem precisa planejar muito pra dar certo.
      Abraço

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