Anna e Maria Ulianova não foram apenas irmãs de Lênin, mas suas colaboradoras, participando durante muitos anos do trabalho de propaganda e agitação dos bolcheviques.
Tornaram-se integrantes do comitê central bolchevique e contribuíram para o jornal do partido que era dedicado às mulheres trabalhadoras, o “Rabotnitsa” (“A mulher trabalhadora”). Após a Revolução de Fevereiro de 1917, elas ajudaram na produção do Pravda, para o qual escreveram textos e artigos.
Embora sua trajetória no movimento revolucionário tenha sido ofuscada pelo papel crucial do irmão, a atuação delas foi fundamental para a sobrevivência e eficácia de uma organização cujo líder foi jogado na clandestinidade e no exílio pela repressão czarista.
Anna revisou todos os livros de Lênin até 1917. Desempenhou um papel importante na manutenção da imprensa partidária, especialmente em julho daquele ano, quando sua gráfica foi invadida pelo governo.
Infelizmente, nem elas escaparam à sobrecarga imposta pelo acúmulo de tarefas entre trabalho, militância e serviços domésticos. Maria, cuidando da mãe idosa, enquanto Anna desempenhava o típico papel de esposa junto a seu marido, militante revolucionário como ela.
As mulheres na vida de Lênin parecem ter aceitado sua condição de auxiliares, tanto na política como na organização partidária. Mas isso não impediu que fizessem contribuições vitais para o movimento revolucionário que eclodiu em 1917. Pena que continuem sem o devido reconhecimento.
Mesmo em meio a todas essas dificuldades, militantes revolucionárias, como Maria e Anna, foram essenciais para que o estado soviético adotasse a legislação mais avançada do mundo em relação aos direitos das mulheres.
Este é mais um relato do livro “Parteiras da Revolução”, de Jane McDermid.
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Pois é, não me lembro de ter ouvido falar delas. O ofuscamento creio que mesmo hoje em dia teria até relevância maior sendo elas irmãs do grande revolucionário. Curioso como, no caso da Maria ter cuidado da mãe, a organização revolucionária não ter auxiliado e muito os cuidados da mãe liberando a filha para as tarefas importantes que desempenhava na revolução. Ah sim, que família de revolucionários essa do Lenin, não.
ResponderExcluirO machismo era, e ainda é, muito forte, mesmo entre os revolucionários mais consequentes.
ResponderExcluirE ainda tem o irmão mais velho do Lênin, que foi executado, condenado por planejar um atentado contra o czar.