A frase acima é de Pedro Arantes, professor da Unifesp, em entrevista concedida ao podcast “Ilustríssima Conversa” e publicada em 18/05/2023. O tema do programa é o lançamento de "8/1: a Rebelião dos Manés", livro que o entrevistado escreveu junto com Fernando Frias e Maria Luiza Meneses.
O título da obra se refere à tentativa de golpe ocorrida em janeiro de 2023 pelos bolsonaristas. Ou pelos “manés”, segundo a terminologia adotada pelo ministro do STF, Luís Barroso, para os apoiadores de Bolsonaro.
Arantes considera equivocada a postura de menosprezar e ridicularizar os “manés”. Afinal, a eleição de Bolsonaro provou que o grotesco e o caricato devem ser levados muito a sério.
O entrevistado também acha que o combate ao fascismo pela política de “redução de danos” pode acabar aumentando os danos. Os dados da realidade mostram que vivemos sob um sistema incapaz de atender as necessidades e anseios da grande maioria da população. Mesmo assim, grande parte da esquerda insiste em defendê-lo a qualquer custo. O resultado é mais frustração e ressentimento funcionando como combustível para forças extremistas conservadoras como o bolsonarismo.
Ao mesmo tempo, assistimos apáticos ao crescimento do punitivismo promovido por figuras como Alexandre de Moraes. A mesma justificativa jurídica utilizada contra os golpistas de janeiro pelo ministro do STF, por exemplo, levou à prisão de manifestantes do Movimento do Passe Livre em São Paulo. Enquanto isso, diz Arantes, a “esquerda institucionalizada deixou de construir a luta social, a formação, a educação”.
Difícil discordar. O PT tenta manter uma paz que não existe. Abana uma bandeira branca que já foi toda rasgada por tiros.
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Olha, eu gostei bastante do título e esperava outra coisa, a Pílula acaba se concentrando como os manés tem importância, e no final e fundo tem mesmo, afinal o voto e a representação continua sendo (e não acho errada) pela quantidade. O PT apazigua esses ânimos dos manés, é isso?
ResponderExcluirNão. O PT tenta apaziguar o que não pode ser apaziguado: a luta de classes radicalizada pela barbárie capitalista, representada pela ascensão fascista. Por isso que no final eu falei da bandeira branca toda rasgada por balas.
ResponderExcluirE também não acho que os manés tenham importância só pelo peso eleitoral. O problema é a disposição deles de arrebentar tudo em defesa da ordem conservadora. Enquanto nós nem chegamos a combater a ordem conservadora. Ao contrário, tentamos remendá-la
ResponderExcluirTema dificil.
ResponderExcluirO que fazer?
Como governar com mais de 50% da população eleitoral conservadora, católica ( e agora hipnotizada por outro fundamentalismo), heteronormativa por educação infantil (e que só se torna mais agressiva ao ver os identitaristas, que nunca leram Marx, combatendo seus fundamentos)...
Governar é que está se tornando cada vez mais difícil. Nesse sistema todo amarrado política e economicamente, o conservadorismo "nada de braçada", como dizem. Lênin se propôs a responder "o que fazer?", mas foi preciso uma guerra mundial e muito caos social na Rússia para que desse algum resultado. E olha que, mesmo assim, tinha tudo para nem dar certo. Abraço!
ExcluirTemos que ter o bom senso,
ResponderExcluirnão podemos é servir de trampolim para que os espertos vençam e convençam
levando o caus para a população.
Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
A questão é o que vem se tornando "bom senso". Manter um sistema absurdamente injusto para nos salvar do pior? É como diz o entrevistado, a ideia e reduzir os danos, mas como saber se ao fazê-lo não estamos aumentando os danos. Obrigado pelo comentário, Amaury. Você tem poemas publicados em algum meio, impresso ou virtual?
ExcluirAmaury Nogueira
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