A 3M Corporation fabrica de tudo, desde lixas até esponjas de cozinha, além de fita adesiva e post-its. Muitos desses utensílios fabricados pela empresa contêm produtos químicos fluorados (PQFs), classificados entre os elementos químicos eternos, chamados assim porque permanecem na natureza e nos organismos vivos por muitos anos.
No final da década de 1970, os próprios cientistas da 3M descobriram que o PQFs são tóxicos para animais e se acumula em organismos humanos. Ainda assim, a empresa continuou a produzir toneladas da substância por ano. Entre 1951 e 2000, foram pelo menos 52 toneladas de PQFs. Aproximadamente, o peso do Titanic.
As informações acima estão em uma reportagem publicada na revista The New Yorker, em 21/05/2023. Escrita por Sharon Lerner, o texto relata “como executivos da 3M descobriram – e depois ajudaram a esconder – os perigos dos produtos químicos que a sua empresa criou”.
Sharon informa que os fluoroquímicos tiveram sua origem no esforço americano para construir a bomba atômica. Após a guerra, a 3M contratou alguns cientistas do Projeto Manhattan e começou a produzir moléculas de átomos de carbono e de flúor. Os produtos resultantes provaram ser surpreendentemente versáteis, em parte porque resistem ao óleo, à água e ao calor. Também se mostraram incrivelmente duradouros, o que lhes valeu o apelido de “produtos químicos eternos”.
Atribui-se ao astrônomo Carl Sagan a frase que afirma sermos “todos feitos de poeira estelar”. Na época em que ele disse isso, já vivíamos a fase do imperialismo bélico nuclear, em que o capitalismo impregna nossos corpos com partículas de estrelas da morte, como a de Hiroshima.
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