Doses maiores

3 de setembro de 2012

Bancos e governos administram paraísos fiscais para minoria bilionária

Praticamente, todos os países afetados pela crise econômica adotam somente uma receita. Para os trabalhadores, desemprego, corte de direitos e de salários. Para bancos e grandes empresas, dinheiro público aos montes.

A situação já é injusta por si só. Mas o artigo “O imenso buraco negro da economia global”, de Sarah Jaffe, mostra que a coisa é ainda pior. Reproduzido por Carta Maior, o texto cita relatório da Tax Justice Network (Rede para a justiça tributária). Diz que:
Segundo nossas estimativas, pelo menos um terço de toda a riqueza financeira privada, e quase a metade de toda a riqueza offshore, é agora propriedade das 91 mil pessoas mais ricas do mundo: só 0,001% da população mundial.
O estudo afirma que as pessoas mais ricas do mundo escondem em paraísos fiscais de 21 a 32 trilhões de dólares. Detalhe, o documento não contabiliza bens como iates, obras de arte e “outras formas de riqueza que os super-ricos escondem” da taxação fiscal.
 
“Paraísos fiscais” não são apenas lugares como Ilhas Cayman, Bermudas ou Suíça. Incluem principalmente Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. E quem lida com essas somas imensas? Goldman Sachs, UBS, Credit Suisse, Bank of America, Wells Fargo e JP Morgan Chase, são alguns dos principais operadores, afirma o relatório.

Estes bancos são os mesmos que são considerados “grandes demais para falir”. E, como tal, vêm recebendo generosa ajuda dos governos. Ou seja, aqueles que deveriam impedir a sonegação fiscal são os mesmos que a patrocinam. A corrupção não é o “câncer” do sistema. O sistema é o próprio câncer.

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