Doses maiores

6 de setembro de 2012

Ficha suja para traidores das lutas populares

Em 30/08, o deputado petista João Paulo Cunha foi condenado pelo Supremo Tribunal no caso do Mensalão. A mídia empresarial e a direita comemoraram a decisão. Mas a grande maioria dos corruptos vai continuar impune. Inclusive, membros do próprio STF.

O maior crime de João Paulo não tem nada a ver com Mensalão. Em 2003, ele era presidente da Câmara. Coordenou a aprovação pelos deputados do primeiro grande projeto do governo Lula. Graças a seu empenho, a Reforma da Previdência inaugurou uma série de medidas que mantiveram e reforçaram o neoliberalismo no País.

Mas João Paulo não mostrou eficiência apenas no manejo das votações. Também autorizou a invasão do Congresso pela tropa de choque da polícia militar. O objetivo era reprimir centenas de manifestantes que protestavam contra uma reforma que sempre foi combatida pelo PT na oposição.

Na época, entidades sindicais denunciaram João Paulo ao STF. A convocação das tropas de choque teria sido inconstitucional. Claro que o processo foi solenemente ignorado pela “mais alta corte” do País. Afinal, era uma reclamação feita por trabalhadores. Os interesses destes muito raramente merecem proteção das instituições.

Como João Paulo, há muitos outros. Não estamos falando dos canalhas da direita. Estes, já sabemos a quem servem. Trata-se dos que chegaram a postos de poder com nosso apoio e acabaram chafurdando no chiqueiro institucional. Mas seu julgamento não deve ser feito por uma corte a serviço das elites.

Os movimentos populares e de trabalhadores precisam criar uma lista para os que traíram suas lutas. Ficha suja neles!

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