A
reportagem tem por título “Tristeza não tem fim, dinheiro sim” e fala de estudos
que mostrariam que “pessoas tristes têm mais problemas com as finanças
pessoais, dívidas do cartão de crédito e financiamentos, empréstimos e seguros
duvidosos”.
Basicamente,
trata-se de algo facilmente observável no cotidiano. Pessoas tristes começam
a gastar para obter satisfação, prazer, alegria imediatos e concretos. A
matéria cita vários estudos que comprovariam essa hipótese.
O mais sério disso tudo é a identificação do consumo com felicidade.
Algo que se mostra ainda mais grave num momento da história humana em que a
maioria acredita que a tristeza deve ser banida de nossas vidas. Felicidade como obrigação não pode ser felicidade.
Tudo
indica que este é um fenômeno cada vez mais comum em nossa vida social. É o
sintoma de que as relações humanas são cada vez mais intermediadas pelas
coisas. Mais precisamente, pelas mercadorias. Marx já havia denunciado isso.
Chamou de “fetichismo da mercadoria”. Trata-se de uma lógica social que esvazia
de sentido a vida humana.
Mas
nem por isso o revolucionário alemão achava que estávamos fadados a viver
assim. Morreu acreditando que somos muito melhores que isso. E que poderíamos
colocar tudo de cabeça pra baixo através da ação revolucionária. Portanto, nada
de tristeza. Até porque chega uma hora em que o crédito acaba.
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não compra felicidade. Só cartão
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