Doses maiores

6 de janeiro de 2013

“Nosso imperialismo” chega a Cuba

“Odebrecht chega a Cuba”, diz Fernando Caulyt em reportagem publicada no Deutsche Welle, em 03/01. A empreiteira brasileira recebeu a concessão de uma empresa açucareira por 13 anos. Trata-se do primeiro investimento estrangeiro no setor agrícola desde a Revolução de 1959. Seria a “abertura do agronegócio no país”, segundo o artigo.

Especialistas divergem sobre o real significado da medida. Mas o professor da Universidade de Brasília, Carlos Eduardo Vidigal, é otimista. Ele acredita numa abertura progressiva e calculada ao mercado internacional. E cita como exemplo a China, que teria desenvolvido “seu projeto de potência econômica sem abandonar o comunismo".

O fato é que os cubanos precisam encontrar uma saída para uma crise que já dura décadas. Não apenas devido ao criminoso boicote estadunidense. A ilha está pagando um preço muito elevado pela equivocada dependência em relação à falecida União Soviética.

Mas apostar no caminho chinês não é a saída. A China tornou-se uma potência econômica às custas de trabalho superexplorado, direitos mínimos e pouca liberdade. Quase tudo para benefício das poderosas multinacionais lá instaladas. De comunismo, só o nome fantasia.

A matéria diz que a empreiteira brasileira já executa obras no valor de mais de 900 milhões de dólares no porto de Mariel. E 85% do projeto são financiados pelo BNDES. Parcerias como esta já fazem estragos aqui, no restante da América Latina, além de Oriente Médio e África. É uma das alavancas do terrível “imperialismo jr.” brasileiro.

O governo dos Estados Unidos pode ficar tranquilo. Parece que seu parceiro na invasão do Haiti também começa a ajudá-lo em Cuba.

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