Ninguém
levou essa ideia muito a sério. Ela serviria apenas para mostrar a que ponto
surreal chegou a economia dos Estados Unidos. Mas algo muito mais absurdo e
delirante já vem acontecendo há muito tempo. E está na raiz da atual crise capitalista.
A
partir de 1944, o comércio capitalista mundial adotou como moeda-padrão o dólar
lastreado em ouro. Ou seja, para cada dólar haveria uma quantidade de ouro nos
cofres americanos. Na prática, qualquer um que tivesse moeda americana poderia
trocá-la pelo valioso metal junto ao governo estadunidense.
Isso
já representava um poderio enorme nas mãos do império estadunidense. Mas, em
1971, o governo americano decidiu acabar com a equivalência dourada. Desde então,
o dólar é garantido pela palavra do tesouro ianque. Ou melhor, por sua enorme e
poderosa economia.
Mas
o delirante da situação não está aí. A grande loucura foi a definição de que as
moedas já não teriam qualquer equivalência real. Tornaram-se literalmente papel
pintado ou metal gravado. Foi neste momento, que o capital finalmente ganhou
asas. Virou “capital volátil”. Aquele que voa para qualquer lugar, a qualquer momento.
Como
Ícaro, voa cada vez mais alto. Tão alto que o sol pode derreter a cera que prende
as penas de suas asas. E o que parece a sombra de uma nuvem passageira, pode ser seu
imenso corpo desabando sobre nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário