Doses maiores

3 de fevereiro de 2015

Abram alas para o capital estrangeiro na Saúde

Muito antes do carnaval, já havia gente usando máscaras. E, justo agora, que a folia se aproxima, resolveu deixá-las cair.

O exemplo mais recente foi a sanção da Medida Provisória 656 pela presidenta Dilma. O caso ganhou repercussão devido ao veto à imoral renegociação das dívidas dos clubes de futebol embutida na MP.

Mas pouco se falou de outro artigo da MP, aceito sem maiores problemas. Trata-se da abertura do setor de saúde ao capital estrangeiro. Uma medida inconstitucional e extremamente negativa para a saúde pública do País.

O governo alega que o capital estrangeiro já vem participando do setor há muito tempo. A nova lei teria apenas regulamentado uma situação de fato. É verdade. É o que mostra, por exemplo, a entrada no Brasil dos grupos Carlyle e UnitedHealth. E este último já chegou comprando a Amil.

O problema é que esta invasão de dinheiro forasteiro já deveria ter sido questionada pelas autoridades por sua total ilegalidade. Ao invés disso, preferem usá-la para dizer que, arrombada a porta, deixemos que os invasores fiquem à vontade. Quem sabe, até aceitem um cafezinho.

Como se aproxima mais uma folia momesca, só nos resta cantar como sugeriu Márcio Amaral. O médico, militante em defesa da saúde pública e vice-diretor IPUB-UFRJ, puxa o coro:


Ô Abre alas para o CAPITAL
Ô Abre Alas para o CAPITAL
Se é estrangeiro, isso não faz mal (E)
Pouco me importa se é INCONSTITUCIONAL!
(Repete e substitui o último verso por)
Nesse governo só tem CARA DE PAU!
 
O pior é que por debaixo das máscaras que já caíram parece haver muitas outras.

Leia também: A cobertura universal que só serve à saúde do capital

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