Para concluir os comentários sobre o livro “Marx no Fliperama”, de Jamie Woodstock, segue abaixo um resumo de seu capítulo final.
Os videogames não são simplesmente uma diversão ou o ópio do povo, mas uma mercadoria cultural complexa. Os marxistas deveriam se interessar por eles porque sua produção, circulação e consumo podem fornecer informações importantes sobre o funcionamento interno do capitalismo contemporâneo.
“Gamificação” é um termo que alguns estudiosos vêm usando para se referir à aplicação de aspectos dos jogos em outros contextos.
Em um call-center, por exemplo, a performance de cada funcionário é acompanhada em tempo real. Um mau desempenho pode resultar em demissão. Uma eliminação de um jogo nada virtual e que pode comprometer a sobrevivência concreta do “jogador”. Por outro lado, a recompensa mais ambicionada nessa competição é sair mais cedo do trabalho. Nada poderia motivar tanto as pessoas quanto deixar para trás um local de trabalho “gamificado”.
A última onda de organização de trabalhadores do setor é uma notícia muito positiva. Isso não quer dizer que a indústria dos videogames seja o ramo mais importante atualmente, mas sua dinâmica pode fornecer pistas para a compreensão do capitalismo contemporâneo.
E se muitos jogos tendem a ser reacionários, começam a surgir aqueles que denunciam a exploração e a opressão. Um exemplo é o game “Last of Us”, campeão de vendas. Sua última versão começa com um beijo lésbico.
Os games também podem ser uma fuga do trabalho e oferecer uma forma de experimentar e explorar potenciais alternativas à sociedade atual.
Portanto, permanece válido aquele comando inicial do jogo “Assassin's Creed”: “Siga Marx!”.
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