Doses maiores

12 de maio de 2022

A resposta zapatista frente ao genocídio capitalista

Em 06/05/2022, o jornalista e analista político uruguaio Raúl Zibechi publicou um artigo no portal “La Jornada”. Ele começa dizendo:

Muitos dados apontam que as grandes empresas do complexo militar-industrial vêm obtendo lucros exorbitantes desde o início da invasão russa à Ucrânia. Mas outros dados afirmam o contrário. Dizem que a crise capitalista está se aprofundando: a ameaça de recessão nos Estados Unidos, o aumento dos preços em todo o mundo e as dificuldades da China em manter as cadeias globais de abastecimento, para citar alguns exemplos.

Em seguida, o autor afirma concordar com William I. Robinson, sociólogo da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, segundo o qual, fica cada vez mais claro que as guerras ajudam o capitalismo a superar suas crises e desviam a atenção da deterioração da legitimidade do sistema.

No entanto, diz Zibechi:

...é provável que estejamos frente à radicalização das elites globais, que parecem dispostas a provocar um genocídio em massa contra uma parte da população do planeta, caso considerem que seus interesses estão em perigo.

Diante disso, o autor afirma que “devemos perder o medo da queda do sistema atual, que pode ser anárquica, mas não necessariamente desastrosa”. Mas encerra lamentando que falte à esquerda estratégias para enfrentar tal tarefa, “com a notável exceção do zapatismo”.

Os zapatistas protagonizaram a primeira grande reação popular à ofensiva neoliberal, desferida pouco depois do fim da União Soviética. Em 1994, os indígenas de Chiapas e Oaxaca pegaram em armas para defender seu território, valores e modos de vida. Já são quase 30 anos de resistência.

Há três décadas, eles estão mostrando o caminho.

Leia também: Guerra “inter-branca” e o estrangulamento das metrópoles

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