Continuando a conversa sobre o ChatGPT, a última pílula dizia que o objetivo maior das inovações tecnológicas na área produtiva é apropriar-se das habilidades e conhecimento humanos para diminuir os custos com mão de obra.
No caso do ChatGPT, suas funcionalidades concentram-se na redação de textos dos mais variados tipos, desde que o programa seja instruído por orientações precisas.
Desse modo, está no horizonte a substituição de milhares de advogados, jornalistas, pesquisadores, programadores, etc, por “inteligência artificial” sob supervisão de algumas dezenas de especialistas. Isso sem falar na área da produção de imagens, na qual a ocupação de muitos desenhistas e outros profissionais da área também está com os dias contados.
Ou seja, não é preciso muita inteligência para saber que as mais recentes inovações cibernéticas têm muito pouco a ver com livrar as pessoas de tarefas cansativas, repetitivas, tediosas e até depressivas. Elas pretendem diminuir drasticamente os custos com força de trabalho humana, fechando postos de trabalho em áreas que são menos vulneráveis ao desemprego.
Claro que a resposta dos trabalhadores a esse processo costuma ser a defesa de seus empregos. É a típica reação sindical e é justo que seja assim. O problema é que, no limite, o objetivo dos sindicatos é negociar a venda da mercadoria trabalho pelo maior preço possível. Mas quando a demanda por essa mercadoria cai, a ação sindical perde poder de barganha.
Portanto, não basta defender empregos. É preciso proteger as pessoas. Mas para isso é preciso mudar radicalmente a lógica social. Superar a contradição entre forças produtivas e relações de produção. Este será o tema da próxima pílula.
Leia também: Inteligência artificial é o velho roubo das habilidade humanas
Sim, uma luta a travar em com outros valores.
ResponderExcluir