O documentário “Trilha Sonora para um Golpe de Estado”, de Johan Grimonprez, é um espetáculo de direção, montagem e música voltado para denunciar a sujeira que os países imperialistas fizeram com o Congo, em 1960.
Em pleno processo de descolonização, o país africano teve seu líder, Patrice Lumumba, deposto e covardemente assassinado. E tudo isso devido a ações de Estados Unidos e Bélgica, utilizando a ONU como instrumento de agressão. Fazendo o papel de fio condutor, o melhor do jazz estadunidense.
Mas uma importante personagem dessa história é Andrée Blouin, militante feminista e mentora intelectual de Lumumba. No verbete da Wikipedia sobre ela, ficamos sabendo que:
Em sua autobiografia, Andrée Blouin afirma que a morte prematura de seu filho foi a principal motivação para se tornar uma ativista política. A morte foi causada por malária e poderia ter sido evitada com a utilização de medicação adequada. Ocorre que Andrée era considerada mestiça, por ter mãe africana e pai europeu, e teve o tratamento médico necessário negado, apesar de ela e seu filho terem cidadania francesa. Andrée, então, lançou uma campanha contra a “Lei Quinina”, que proibia pessoas de ascendência africana na África Equatorial francesa de receber medicação apropriada para tratar a malária.
Perseguida pelas forças imperialistas, teve que fugir do Congo, mas viria a participar dos processos de independência da Guiné e da República Centro-Africana, sua terra natal.
Ou seja, Andrée merece um filme somente para ela, com a mesma qualidade artística e compromisso político da produção de Grimonprez. E, quem sabe, no lugar do jazz, a riqueza e diversidade da música africana.
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