A polícia chega à favela e
mata. Alguém condena: "Era um trabalhador!" Ou seja, fosse um
vagabundo, a morte estaria justificada.
Pelo menos, sete pessoas morreram desde junho passado nas manifestações. Quatro devido a ações
policiais. Nada justifica essas mortes. Ninguém que as tenha causado deveria
sair impune. Mas a justiça deve ser feita para todos, não apenas para quem
trabalhava para uma empresa poderosa.
Veja abaixo a lista dos mortos:
Luiz Felipe Aniceto de
Almeida e Douglas Henrique Oliveira morreram depois de cair do Viaduto José
Alencar, em Belo Horizonte, durante ação repressiva da PM.
Marcos Delefrate, atropelado
por um automóvel particular durante manifestação em Ribeirão Preto.
Paulo Patrick, atropelado por
um táxi durante manifestação em Teresina.
Cleonice Vieira de Moraes,
intoxicada por gás lacrimogêneo durante manifestação em Belém do Pará.
Fernando Silva morreu no Rio
de Janeiro por complicações respiratórias causadas por gás lacrimogêneo.
Santiago Ilídio Andrade,
morto ao ser atingido por um rojão disparado por um manifestante no Rio de
Janeiro.
Enquanto isso, há uma proposta
de instalar uma CPI sobre vandalismo na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro. Não há notícia de pedidos para instalar CPIs sobre a violência
policial.
Quem foi o único preso e
condenado desde o início das manifestações em 2013? O carioca Rafael
Braga Vieira, sentenciado a cinco anos de prisão. Ele é catador de material
reciclável e carregava um frasco de “Pinho Sol”. Segundo os policiais, ele pretendia
usá-lo como um coquetel molotov. Estava em liberdade condicional relativa a uma
condenação por roubo.
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