Doses maiores

11 de fevereiro de 2014

Pequeno sumário indignado

A polícia chega à favela e mata. Alguém condena: "Era um trabalhador!" Ou seja, fosse um vagabundo, a morte estaria justificada.

Pelo menos, sete pessoas morreram desde junho passado nas manifestações. Quatro devido a ações policiais. Nada justifica essas mortes. Ninguém que as tenha causado deveria sair impune. Mas a justiça deve ser feita para todos, não apenas para quem trabalhava para uma empresa poderosa.  

Veja abaixo a lista dos mortos:

Luiz Felipe Aniceto de Almeida e Douglas Henrique Oliveira morreram depois de cair do Viaduto José Alencar, em Belo Horizonte, durante ação repressiva da PM.

Marcos Delefrate, atropelado por um automóvel particular durante manifestação em Ribeirão Preto.

Paulo Patrick, atropelado por um táxi durante manifestação em Teresina.

Cleonice Vieira de Moraes, intoxicada por gás lacrimogêneo durante manifestação em Belém do Pará.

Fernando Silva morreu no Rio de Janeiro por complicações respiratórias causadas por gás lacrimogêneo.

Santiago Ilídio Andrade, morto ao ser atingido por um rojão disparado por um manifestante no Rio de Janeiro.

Enquanto isso, há uma proposta de instalar uma CPI sobre vandalismo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Não há notícia de pedidos para instalar CPIs sobre a violência policial.

Quem foi o único preso e condenado desde o início das manifestações em 2013? O carioca Rafael Braga Vieira, sentenciado a cinco anos de prisão. Ele é catador de material reciclável e carregava um frasco de “Pinho Sol”. Segundo os policiais, ele pretendia usá-lo como um coquetel molotov. Estava em liberdade condicional relativa a uma condenação por roubo.

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