No livro “1984”, de George Orwell, o Ministério
da Verdade tem como uma de suas funções forjar algumas informações e destruir
outras, conforme convenham ou não ao poder.
Nossos ministérios da Verdade fazem algo parecido em
relação a muitas questões. Com valioso auxílio da mídia empresarial seu alvo
predileto são as finanças públicas. É o caso do INSS, sigla que só aparece nos
jornais acompanhada das palavras “déficit” e “rombo”. E quando os números não
confirmam essa situação, pior para eles.
Por exemplo, a
receita bruta da Previdência em 2014 foi de R$ 349 bilhões para pagar R$ 394
bilhões em benefícios. Déficit, portanto. Mas quando se incluem os mais de R$
310 bilhões arrecadados da CSLL, Cofins e PIS-Pasep, o orçamento chega a R$ 686
bilhões. O déficit vira superávit com folga.
Outra informação daquelas que costumam
ficar escondidas em algum canto dos jornais envolvem renúncias fiscais que
afetam a Previdência.
Segundo a coluna de Monica Bergamo,
de 31/01, na Folha, grandes empresários deixaram de pagar “cerca
de R$ 43 bilhões”, em 2015. Valor que equivale a cerca de “30% do rombo do
INSS”, escreve ela. Já no orçamento de 2016, foram R$ 69 bilhões de renúncia. Tudo
devidamente aprovado e legalizado pelo Congresso.
Toda essa manipulação tem como objetivo aprovar uma reforma
que pretende tirar mais direitos e entregar os recursos da Previdência ao
mercado segurador. Algo que já aconteceu em vários países, como o Chile, com
resultados desastrosos para os trabalhadores.
Tamanha competência na falsificação da realidade só não faria
o Grande Irmão pedir aposentadoria porque as contas não fechariam.
E não se mencionou a TRU, que retira 30%dos recursos da Previdência.
ResponderExcluirSim, é verdade, José. Tem uma pílula sobre isso: http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2011/11/corrupcao-que-nasce-das-leis.html
ResponderExcluirAbraço!
Muito bom, relevante. E de fácil compreensão. Postei no FB.
ResponderExcluirO desconhecido acima: Karla SM Coutinho.
ResponderExcluirValeu, Karla!
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