Estamos muito felizes que nossa
abordagem revolucionária de comunicação dirigida por dados tenha desempenhado
papel tão essencial na extraordinária vitória do presidente eleito Trump.
As palavras acima foram atribuídas a Alexander Nix,
executivo britânico da Cambridge Analytica. Estão no artigo “Big Data: Toda
democracia será manipulada?”, publicado no portal Caros Amigos, em 06/02.
Segundo o texto, a Analytica estaria por trás da campanha
online de Trump, assim como de parte da campanha “Brexit”, na Inglaterra.
Atualmente, Nix considera inúteis campanhas de marketing que tratam de forma
uniforme grupos sociais inteiros.
Por exemplo, enviar as mesmas mensagens a todas as mulheres
em razão do seu gênero, ou a “todos os afroamericanos por causa de sua raça.” Já
não se fazem mais campanhas baseadas “em demografia”, diz ele. No lugar dela,
entraram os algoritmos.
Com base neles, afirma Nix, fomos “capazes de formar um
modelo para diagnosticar a personalidade de cada um dos adultos dos Estados
Unidos.” Essa metodologia teria permitido à campanha de Trump concentrar-se em
determinados segmentos, deixando outros de lado. Cabos eleitorais, por exemplo,
sabiam quais casas visitar em busca de votos e quais ignorar.
A façanha teria sido possível graças à vinculação de
certos produtos e mensagens de marketing a características da personalidade dos
consumidores. Tudo capturado em tempo real por meio de redes como WhatsApp e
Facebook, movimentações financeiras e compras.
Assusta. Mas é só mais um passo na captura definitiva da
política institucional pelo poder econômico. É a democracia colonizada pelo
capital e o consumidor no lugar do eleitor. No comando, um vendedor maluco oferecendo
um test drive suicida ao planeta.
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