Em 22/01, o blog Esquerda On-Line publicou ”O fim da
notícia mundial”, de Alex Callinicos. O tema é a eleição de Donald Trump. Sobre
a situação criada a partir dela, merece destaque um trecho:
Não se deve permitir que as ideias
nazistas se tornem respeitáveis. Aqueles que se expressam ou até mesmo se
engajam com eles devem ser objeto do que Herbert Marcuse chamou de
“intolerância libertadora”. A eleição de um racista como presidente dos Estados
Unidos, e as figuras mais à direita que ele traz em sua comitiva encorajam todos
os racistas, todos os policiais brancos que atiram desavisadamente em supostos
suspeitos negros, todos os milicianos brancos nos EUA.
Por isso, a resistência das ruas estadunidenses precisa
ganhar o apoio convicto das forças progressistas, diz ele.
Também é necessário seguir o exemplo da Coreia do Sul, em
que gigantescas manifestações populares levaram ao impeachment da presidenta de
direita, Park Geun-hye, responsável por casos comprovados de corrupção.
Outro exemplo vem da Romênia, onde centenas de milhares de manifestantes saíram às ruas e conseguiram derrubar um decreto parlamentar que tentava descriminalizar
alguns casos de corrupção cometidos por políticos.
Algo semelhante está sendo proposto pelo Congresso Nacional
brasileiro. Um projeto-de-lei pretende considerar caixa 2, corrupção e outras
irregularidades envolvendo eleições como casos a serem tratados exclusivamente dentro
dos partidos, sem interferências externas.
Resta saber até que profundidade do poço
teremos que cair para que reações populares surjam entre nós nas mesmas proporções
e com direção semelhante. A da intolerância libertadora não apenas contra os corruptos,
mas em relação ao conservadorismo que garante sua presença insuportável.
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