Doses maiores

28 de janeiro de 2019

Rosa Luxemburgo e a barbárie como opção

Neste janeiro, completam-se 100 anos da morte de Rosa Luxemburgo. No artigo “Rosa Luxemburgo, a marxista menos eurocêntrica?”, Isabel Loureiro afirma que a grande originalidade de sua obra não foi devidamente levada em conta pelo marxismo ortodoxo no século 20.

Trata-se da percepção de que:

...a pilhagem que ocorre nos países coloniais por parte do capital europeu”, que Marx restringia ao período da “acumulação primitiva”, é uma característica do capitalismo “mesmo em sua plena maturidade”. Nas suas palavras: “(…) já não se trata de acumulação primitiva, mas de um processo que prossegue inclusive em nossos dias. (…) O capital não conhece outra solução que não a da violência, um método constante da acumulação capitalista no processo histórico, não apenas por ocasião de sua gênese, mas até mesmo hoje”.

Passados cem anos, só aumentaram as evidências desse uso sistemático da violência nos processos de acumulação capitalista. Uma realidade ainda mais verdadeira para os muitos países que passaram pela catástrofe social e cultural que representou a dominação colonial.

Vários desses países estão, agora, sob governos cuja resposta a essa realidade violenta são políticas de aniquilação que atingem, principalmente, os mais pobres e indefesos. Mas não só, como mostram, no Brasil, o assassinato de Marielle e as ameaças de morte a outras lideranças de esquerda.

É preciso lembrar, porém, que Rosa foi executada covardemente em plena Europa, sede dos maiores impérios coloniais da época.

A grande revolucionária alemã dizia que a humanidade está diante da escolha entre socialismo ou barbárie. Sua própria morte é um dos muitos indicadores de que a opção dominante no capitalismo sempre foi pela barbárie.

Leia também:

Nenhum comentário:

Postar um comentário