Neste janeiro, completam-se
100 anos da morte de Rosa Luxemburgo. No artigo “Rosa Luxemburgo, a marxista menos eurocêntrica?”, Isabel Loureiro afirma que a grande
originalidade de sua obra não foi devidamente levada em conta pelo marxismo
ortodoxo no século 20.
Trata-se da percepção de
que:
...a
pilhagem que ocorre nos países coloniais por parte do capital europeu”, que
Marx restringia ao período da “acumulação primitiva”, é uma característica do
capitalismo “mesmo em sua plena maturidade”. Nas suas palavras: “(…) já não se
trata de acumulação primitiva, mas de um processo que prossegue inclusive em
nossos dias. (…) O capital não conhece outra solução que não a da violência, um
método constante da acumulação capitalista no processo histórico, não apenas
por ocasião de sua gênese, mas até mesmo hoje”.
Passados cem anos, só aumentaram
as evidências desse uso sistemático da violência nos processos de acumulação capitalista.
Uma realidade ainda mais verdadeira para os muitos países que passaram pela catástrofe
social e cultural que representou a dominação colonial.
Vários desses países estão,
agora, sob governos cuja resposta a essa realidade violenta são políticas de aniquilação
que atingem, principalmente, os mais pobres e indefesos. Mas não só, como
mostram, no Brasil, o assassinato de Marielle e as ameaças de morte a outras lideranças
de esquerda.
É preciso lembrar,
porém, que Rosa foi executada covardemente em plena Europa, sede dos maiores impérios
coloniais da época.
A grande revolucionária alemã
dizia que a humanidade está diante da escolha entre socialismo ou barbárie. Sua
própria morte é um dos muitos indicadores de que a opção dominante no capitalismo
sempre foi pela barbárie.
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