Eles citam Naomi
Oreskes, historiadora da ciência na Universidade Harvard, que escreveu com Erik
M. Conway o livro "Merchants of Doubt" (“Mercadores da Dúvida”).
Para esses autores, talvez seja melhor descartar verdades científicas em certos
debates.
Em relação ao
aquecimento global, por exemplo, uma alternativa seria:
...gerar
consciência sobre o papel do homem nas mudanças climáticas promovendo valores
que possam ser mais amplamente compartilhados. Trata-se uma versão adaptada da
aposta de Pascal, que, em meio a debates acalorados e provas da existência de
Deus, dizia: acreditar que Deus existe é mais seguro caso ele realmente exista
(se ele não existir, não se perde nada; se ele existir, todos ganham).
Oreskes
sugere uma estratégia análoga para a questão do clima. Se não protegermos a
Terra do aquecimento global e isso realmente estiver ocorrendo por
interferência do homem, as pessoas vão sofrer, e nosso mundo será
irremediavelmente prejudicado.
Se
isso não estiver ocorrendo, não perderemos nada, pois teremos de todo modo
criado um mundo melhor, com mais cuidado com o planeta e com a natureza.
Trata-se
de fazer uma aposta. A argumentação e a avaliação quanto à veracidade do
aquecimento global passam a ser envolvidas, assim, por uma camada de valores.
Valores. Passamos tempo
demais adiando a disputa em torno deles, enquanto esperávamos avançar usando atalhos
como consumismo e empreendedorismo. Para recuperar tanto tempo perdido, só
apostando alto em nossos valores. Os socialistas.
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