Há vários elementos capazes
de explicar a vitória de Bolsonaro em 2018. Um dos mais destacados é a guerra à
base de fake news. Tão suja, quanto eficiente.
Mas talvez seja melhor
dar um passo atrás para enxergar melhor o cenário. E nele destaca-se aquilo que
podemos chamar de “armadilha do establishment”.
A Wikipédia descreve
assim a palavra inglesa establishment:
...ordem
ideológica, econômica e política que constitui uma sociedade ou um Estado. Em
sentido depreciativo, designa uma elite social, econômica e política que exerce
forte controle sobre o conjunto da sociedade, funcionando como base dos poderes
estabelecidos. O termo se estende às instituições controladas pelas classes
dominantes, que decidem ou cujos interesses influem fortemente sobre decisões
políticas, econômicas, culturais, etc., e que, portanto, controlam, no seu
próprio interesse e segundo suas próprias concepções, as principais
organizações públicas e privadas de um país, em detrimento da maioria dos
eleitores, consumidores, pequenos acionistas, etc
A façanha de Bolsonaro
foi ter convencido muitos milhões de pessoas de que todos os que não o apoiavam
fazem parte do establishment. Ainda que ele mesmo jamais tenha utilizado a palavra.
Políticos tradicionais e
sindicalistas. Grandes corporações midiáticas e blogs de esquerda. Professores
universitários e banqueiros. Bilionários e estudantes cotistas.
Seriam todos integrantes
de uma elite minoritária cujos interesses são opostos ao da grande maioria que
trabalha duro, paga impostos, preserva a integridade familiar e os valores
religiosos.
Há muito o que fazer
para sairmos dessa armadilha. Mas, só pra começar, poderíamos parar de buscar
alianças com setores do tal establishment que não passam de capachos da classe
dominante.
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