Doses maiores

25 de setembro de 2020

Eleições e física quântica

Em seu livro "Os Engenheiros do Caos", Giuliano Da Empoli destaca o papel dos físicos como profissionais capazes de influenciar os resultados das atuais disputas eleitorais.

Para justificar, ele cita o físico Antonio Ereditato, diretor do “Centro de física fundamental Albert Einstein”, em Berna, Suíça:

Na física, o comportamento de cada molécula não é previsível, uma vez que cada uma delas é submetida a interações com uma infinidade de outras moléculas. O comportamento de um aglomerado, por outro lado, é previsível, pois através da observação do sistema é possível deduzir o comportamento médio. (...) não poderemos jamais gerenciar um bilhão de pessoas como um bilhão de moléculas, mas há analogias com base nas quais alguns princípios podem ser aplicados, mesmo se forem sistemas caóticos.

Para um físico, explica Da Empoli, sistema caótico é aquele “no qual uma pequena variação das condições iniciais pode produzir efeitos enormes em sua evolução”. Assim, exemplifica ele, uma “fake news pode ser a pequena modificação inicial que produz imensos efeitos secundários”.

E não se trata apenas da física que vai de Newton a Einstein, mas também da física quântica, teorizada por Max Planck. Neste domínio, a relação entre causa e efeito deixa de ser determinista, pois as variáveis passam a ser aleatórias no nível mais profundo.

Bom, não é preciso ser um especialista para saber que um modelo como o fornecido pela física quântica pode ser muito útil para interferir na dinâmica do comportamento das massas populacionais contemporâneas. Sempre muito próximo do caos.

Na próxima pílula, mais sobre as relações entre física e política.

Leia também: Na campanha eleitoral, esqueça os marqueteiros. Chame os físicos

4 comentários:

  1. Que bom que o blog voltou, nesses tempos de pandemia pensei que algo tinha acontecido.

    Muita saúde Serginho!

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  2. Venho acompanhando com muito gosto essas pílulas :)

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