João Bernardo é um marxista heterodoxo português, estudioso do fascismo e militante antifascista. Em 2011, publicou um artigo sobre os vínculos entre o nazismo e a ecologia. Abaixo, um trecho:
Preservar a natureza e preservar a raça, cuidar dos animais domésticos e dos escravos eslavos considerados sub-humanos, arrancar as ervas daninhas e aniquilar os judeus, tudo isto era integrado pelos nacionais-socialistas numa esfera ideológica única. As primeiras reservas naturais na Europa foram criadas pelo Terceiro Reich, que levou a cabo um conjunto de medidas que qualquer ecologista dos nossos dias não deixaria de aplaudir. Em 1935, precisamente no mesmo ano em que foram promulgadas as chamadas Leis de Nuremberg, destinadas a assegurar a preservação da raça germânica, publicou-se um complexo legal visando a preservação da natureza, com um escopo sem precedentes. Muito claramente, foi uma mesma inspiração que presidiu a todas estas disposições, e a gratidão dos ambientalistas não se fez esperar. Em 1939 estavam inscritos no partido nacional-socialista 60% dos membros das principais associações de proteção da natureza que haviam existido durante a república de Weimar. “O artificial está por todo o lado”, queixou-se Heinrich Himmler, Líder das SS; “por todo o lado os alimentos são adulterados com ingredientes que supostamente os fazem durar mais tempo ou ter melhor apresentação ou que os fazem passar por “enriquecidos” ou por qualquer outra coisa em que a publicidade da indústria queira que acreditemos (...) estamos nas mãos da indústria alimentar, cujo poderio económico e cuja publicidade lhes permitem ditar o que podemos e não podemos comer”.
Surpreendente! Clique aqui para ler a íntegra.
Puxa vida, muito surpreendente. Ou seja, o velho nazismo nesse quesito era superior ao atual neofascismo, em especial o brasileiro. Uma bruta tese p se desenvolver sobre o nacionalismo nazista e o entreguismo pro imperialista atual. O nacionalismo é ruim, piorado pela inclinação ideológica, e o imperialismo pior ainda, aí só tem a inclinação capitalista.
ResponderExcluirMas o neofascismo tem muita dificuldade de adotar o nacionalismo de seu antecessor histórico na atual fase do capitalismo globalizado. Seria uma das características que o tornam "neo". Ainda que no nível da retórica tente manter as aparências.
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