Que Hitler era vegetariano é relativamente conhecido. Menos notório é o fato de que uma das primeiras leis que fez aprovar ao chegar ao poder tinha por objetivo proteger os animais de maus tratos. Uma legislação considerada tão boa que permaneceu em vigor até 1972 na Alemanha Ocidental.
Mas os nazistas tinham uma hierarquia dos seres vivos muito particular. No alto, estavam os arianos e os animais predadores. Depois, vinham as populações mestiças, os eslavos, os negros e os asiáticos. Os judeus não aparecem nessa escala. Nem totalmente humanos nem verdadeiramente animais, pertenceriam mais à ordem das bactérias do que aos ramos biológicos “superiores”.
Hitler costumava dizer que os judeus deviam ser combatidos como bacilos tuberculosos, que podem infectar um corpo saudável. Segundo ele, não há nada de cruel nisso. Afinal, muitas vezes, “mesmo animais inocentes precisam ser dizimados para evitar danos maiores. Então, por que deveríamos poupar essas bestas horríveis que querem nos contaminar com o bolchevismo?”
Mas não há na doutrina nazista uma valorização absoluta e generalizada de todos os animais. Afinal, 80% dos veículos militares alemães eram puxados a cavalo, muitos deles cruelmente mortos nos conflitos bélicos em que foram utilizados. Experimentos com animais também eram muito comuns em projetos de pesquisa de interesse estratégico, como os que envolviam testes sobre resistência a gases, armas biológicas, etc.
Todas essas informações são de um livro do historiador Johann Chapoutot, cujo título original, em francês, seria “A lei do sangue. Pensando e agindo como um nazista”. Mostram que não há nada que não possa ser tornado doentio e desumano pela mentalidade e a prática nazistas.
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