O “Jüdische Rundschau” foi um jornal publicado em Berlim de 1902 até 1938, como órgão da Federação Sionista da Alemanha. É sobre ele o trecho abaixo, retirado do livro “Labirintos do Fascismo”, de João Bernardo:
Nos primeiros dias de abril de 1933, mais de oito anos antes de as autoridades do Reich terem tornado obrigatório o uso da estrela amarela pela população judaica, um artigo assinado pelo chefe de redação do “Jüdische Rundschau” apelara para que os judeus tomassem eles próprios esta iniciativa, mostrando a vontade de se excluírem da sociedade germânica. Para que progredisse o estabelecimento na Palestina era indispensável que os judeus da diáspora se sentissem renegados pelos países onde haviam nascido.
Segundo Bernardo, em meados de 1939, vários meses depois do início da mais aterrorizante onda de antissemitismo na Europa, Ben-Gurion, sionista e futuro primeiro-ministro do Estado de Israel, declarou numa sessão a portas fechadas da Agência Judaica da Palestina: “Se eu soubesse que todas as crianças judias europeias poderiam ser salvas graças a sua transferência para a Grã-Bretanha e só metade poderia ser salva através da ida delas para a Palestina, eu escolheria a última solução”.
Não à toa, o professor da universidade de Dresden, Victor Klemperer, denunciou o parentesco e os pontos em comum entre o sionismo e o nazismo. Alemão, de família judia, Klemperer foi muito perseguido pelo antissemitismo germânico. Mas ao se referir ao fundador do sionismo, ele não teve dúvidas em afirmar: “A doutrina da raça de Theodor Herzl é a fonte dos nazistas. São eles que copiam o sionismo, não o contrário”.
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