Desmond Tutu ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1984 por sua luta contra o Apartheid na África do Sul. Em agosto de 2009, ele afirmou: "O Ocidente se envergonha do Holocausto, com razão, mas quem paga por isso? Os palestinos estão pagando".
Em junho de 2015, Tutu repetiu a dose:
Nós, sul-africanos, sofremos décadas de apartheid e podemos reconhecer isso em outros lugares. Eu, pessoalmente, testemunhei a realidade de apartheid que Israel criou dentro de suas fronteiras e nos territórios palestinos ocupados.
Mas muito antes, em 1987, um israelense já havia chegado a essa conclusão. Militante do movimento por direitos civis, Uri Davis escreveu um livro cujo título é autoexplicativo: “Israel: An Apartheid State”.
E, em 2006, o ex-presidente estadunidense Jimmy Carter em seu livro “Palestine: Peace not Apartheid”, definiu a situação na Palestina como:
... um sistema de apartheid, com dois povos ocupando a mesma terra, mas completamente separados uns dos outros, com os israelenses totalmente dominantes e com extrema violência, privando os palestinos de seus direitos humanos básicos.
Há quem diga, com razão, que foi o sionismo que inspirou o nazismo. No caso da relação entre os apartheids sul-africano e israelense é difícil afirmar algo parecido. Mas o regime segregacionista da África do Sul foi implantado em 1948. No mesmo ano, aconteceu a "nakba", que em árabe quer dizer "catástrofe". A palavra refere-se à expulsão de 750 mil palestinos de seus territórios para dar lugar ao Estado de Israel.
Assim, o que é possível concluir, com certeza, sobre os dois regimes é que ambos se irmanam nas implementação de políticas estatais genocidas.
Leia também: O sionismo inspirando o nazismo
E depois reclamam quando são comparados
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