Em seu livro “Parteiras da Revolução”, Jane McDermid dedica um capítulo a mulheres militantes radicais que atuaram durante o processo revolucionário russo do começo do século 20. Entre elas, estava Vera Zasulich.
Na juventude, Vera abraçara o terrorismo dos populistas russos. Em 1878, atentou contra a vida do governador de São Petersburgo. Inesperadamente absolvida, ela fugiu para Genebra para escapar a novas prisões. Na capital suíça, aderiu ao marxismo, abandonando as ações violentas.
Vera considerava o feminismo divisionista e as concepções partidárias de Lenin elitistas. Para ela, a tomada do poder pelos sovietes em outubro de 1917 foi prematura. Apesar disso, sempre foi muito respeitada pelos bolcheviques.
Outra figura feminina radical era Ekaterina Breshko-Breshkovskaia. Integrante dos Socialistas Revolucionários (SRs), organização de esquerda adversária dos bolcheviques, era contrária às orientações da direção de seu partido, que condenava ações violentas. Defendia a necessidade de pegar em armas contra o Estado.
Maria Spiridonova também foi uma militante dos SRs que contrariava seus dirigentes, defendendo o assassinato de autoridades do regime czarista. Em 1907, ao tentar matar um guarda carcerário enquanto estava presa, foi condenada à morte. Aceitou sua execução como forma de dar novo impulso à luta. Mas a sentença foi anulada e ela passou dez anos na Sibéria.
Em 1917, presidiu o Primeiro Congresso dos Sovietes Camponeses. Apesar de rejeitar o marxismo, aliou-se aos bolcheviques na Revolução de Outubro. Acabou voltando ao terrorismo, ao tentar matar o embaixador alemão na Rússia, em julho de 1918.
Mas o stalinismo não poupou sua rebeldia. Maria desapareceu por volta de 1937, provavelmente executada por ordem de um tribunal militar soviético.
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Figuras periféricas da revolução, mas muito determinadas.
ResponderExcluirAs periféricas ajudam na acumulação de forças pro objetivo central
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