Em seu livro “Enfrentando o Antropoceno”, Ian Angus informa que o orçamento militar dos Estados Unidos em 2013 foi de 1,7 bilhões de dólares. Cerca de 130 vezes mais do que os gastos com programas humanitários ou com medidas de prevenção contra as alterações climáticas.
É impossível determinar o impacto dos gastos bélicos estadunidenses sobre as alterações climáticas, porque as emissões militares foram excluídas do Acordo de Quioto. Mas estima-se que um milhão de barris de petróleo por dia é “um número seguro e até conservador”. Isso seria suficiente para aumentar o total das emissões dos Estados Unidos em escandalosos 5%.
Basta dizer que 70% do peso de todos os soldados, veículos e armas norte-americanos compõe-se de derivados de combustível fóssil. Ou seja, o exército estadunidense é altamente inflamável. Principalmente quando suas bombas incendeiam cidades, aldeias e vilarejos pelas periferias do mundo.
Mas o governo estadunidense está preparado para os problemas ambientais desde 2003. Durante a administração Bush, o Pentágono fez um estudo intitulado “Um cenário abrupto de mudanças climáticas e suas implicações para a segurança nacional”. Segundo o documento, os Estados Unidos provavelmente poderiam sobreviver a ciclos de cultivo menores e condições climáticas adversas sem perdas catastróficas. Desde que as fronteiras sejam reforçadas em todo o país para conter imigrantes famintos indesejados vindos do Caribe, México e América do Sul. E o fornecimento de energia seja reforçado através de alternativas como energia nuclear, energias renováveis, hidrogénio e contratos exclusivos com o Oriente Médio.
Claro que tudo isso vai depender de muita força bélica. Ou seja, o militarismo estadunidense tanto causa como reforça o apocalipse ambiental.
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