Os deputados federais aprovaram o novo salário mínimo do jeito que o governo queria. Mas, os R$ 545,00 foram uma vitória de direita. É verdade que o DEM queria um reajuste maior. Mas, por oportunismo rasteiro. As centrais sindicais e outros setores populares e de esquerda também defendiam um valor maior.
Em seu primeiro grande teste no Congresso, Dilma se saiu bem. Trata-se da segunda vitória mais expressiva do PT neste tipo de votação desde que assumiu o governo federal. É o que diz reportagem de Ranier Bragon e Maria Clara Cabral para a Folha de S. Paulo, de hoje.
Foram 361 votos contra 120. Entre os votos contrários, dois vieram de deputados petistas: Eudes Xavier (CE) e Francisco Praciano (AM). Já, o fisiológico PMDB votou 100% com o governo. Por que será?
O fato é que a vitória do governo é neoliberal. Salário mínimo com “reajuste responsável” não passa de rendição à idéia de que o problema dos gastos públicos são os assalariados, aposentados e pensionistas. Ninguém falou da enorme dívida pública, que paga os maiores juros do mundo e beneficia somente os ricos.
O sucesso de Dilma lembra outras grandes vitórias no Congresso em início de governo. Fernando Collor aprovou o confisco dos saldos bancários. Fernando Henrique iniciou a privatizações em massa. Lula aprovou uma reforma da Previdência que completou aquela que os tucanos começaram.
A votação do Mínimo é só uma amostra do que vem por aí. A base do governo montada por Lula tem uma grande e quase única vocação: aprovar propostas de direita e conservadoras.
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