A grande mídia gosta de Dilma. É o que mostra a capa da revista Veja de 31/08. Ela traz a foto de José Dirceu. Entre outras acusações, diz que o ex-ministro petista “conspira contra o governo da presidente Dilma”.
São abundantes as denúncias de corrupção no alto escalão do governo petista. No entanto, quase todos os grandes jornais poupam a presidenta. Culpam uma “herança maldita” deixada por Lula. O objetivo parece óbvio. Dilma tem poucas condições de tentar a reeleição. Não oferece perigo.
Já Lula, convive com a ingratidão da alta burguesia. São poucos os banqueiros e empresários que reconhecem os bons serviços que o ex-sindicalista lhes prestou. Não o querem de volta à presidência. Assim, a mídia denuncia a corrupção e poupa Dilma para bater em Lula.
É verdade que a nova quadrilha que tomou de assalto o Planalto faz parte de um esquema montado por Lula. Mas, sem ele, dificilmente Dilma seria eleita. O fato é que não há descontinuidade entre Lula e Dilma. Ambos acomodados nos esquemas impostos pelos poderosos.
A mais recente medida tomada pelo governo petista prova isso. O aumento do superávit primário corresponde ao que vem sendo feito desde que Lula assumiu. Superávit é o dinheiro usado para pagar os juros da dívida pública. Este ano, serão 91 bilhões de reais à disposição de grandes investidores.
Ou seja, continua o respeito absoluto ao dinheiro que vai para o grande capital. Permanece o desprezo pelas bandeiras históricas dos trabalhadores. Entre elas, reforma agrária, recuperação dos serviços públicos e suspensão do pagamento da dívida pública.
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