Os jornais noticiam casos de enfrentamentos entre a população e forças militares em comunidades pobres do Rio. Os moradores de Turano, Cidade de Deus e Alemão estão revoltados com as humilhações que vêm sofrendo. Toque de recolher, lei seca para pedestres, proibição de festas e bailes. Imposições voltadas somente para quem tem a cor “errada” e pertence a uma classe social inconveniente.
Tudo isso é resultado da ação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Na verdade, forças que substituíram o abuso violento do tráfico pela truculenta humilhação de seus moradores. Não representam mais do que uma ocupação militar. Paz mesmo só para as milícias, que continuam a controlar mais de 300 regiões na cidade.
Mas, o que se poderia esperar de forças repressivas que nasceram principalmente para perseguir e matar escravos? Que vêm se especializando na perseguição de pobres desde o Brasil Colônia? Que tiveram seus métodos aperfeiçoados pelas ditaduras de Vargas e dos militares?
O que esperar daqueles que lideram a vergonhosa invasão do Haiti? País que volta às páginas dos jornais com a seguinte manchete: “Forças da ONU no Haiti acusadas por suposto estupro”. As acusações envolvem soldados uruguaios que fazem parte das tropas chefiadas por brasileiros.
Em janeiro passado, um relatório da Anistia Internacional dizia que mulheres haitianas eram atacadas diariamente em campos de refugiados. Violentadas dentro de territórios sob a vigilância e autoridade de tropas da ONU. Eis um dos saldos mais terríveis de sete anos de presença militar no Haiti.
Abaixo as ocupações militares, no Haiti e aqui!
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É um absurdo essa ocupação do Haiti e já passou da horá na hora de deixá-los viver a vida. Mas são tantos interesses do colonialismo mirim.
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