O último Congresso Nacional do PT aprovou o limite de três mandatos para seus deputados federais e senadores a partir de 2014. Um bom exemplo.
Ninguém nega a necessidade de uma reforma política. O problema é saber quais seriam seus objetivos. O combate à corrupção é mais que necessário. Mas, aos partidos de esquerda só isso não deveria bastar.
Meter a mão no dinheiro público é regra na política institucional. E ela vale em quase todo mundo. O parlamento não existe para resolver os problemas da sociedade. Sua função é sustentar o poder político da burguesia. Assim como, viabilizar seus negócios e negociatas. Através das leis ou contra elas.
Atuar no parlamento e no Executivo, portanto, é jogar no campo do inimigo e sob suas regras. É feio ceder à roubalheira geral. Pior é deixar-se ganhar pelo conforto da vida palaciana. Esta, sim, a grande vitória dos poderosos.
Uma reforma política decente deveria começar proibindo mais de uma reeleição para todos os cargos políticos. Para seus ocupantes, um salário equivalente ao de um trabalhador qualificado. Talvez, uns R$ 6 mil. Mais nada. Sem assessorias, secretárias, motoristas etc. A estrutura de apoio seria formada por pessoal concursado.
Outras propostas precisam ser debatidas. Mas só estas já causariam muita confusão. Qual a chance de serem aprovadas? Com o atual Congresso, zero. O que fazer então? A esquerda deveria começar por adotá-las em suas organizações. Disciplinar sua militância institucional.
O PT se rendeu ao jogo eleitoral há muito tempo. Mesmo assim, tenta impor limites. Temos o dever de ir muito mais longe.
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