Doses maiores

30 de setembro de 2011

Eles devem, não negam, nós pagamos

Eric Toussaint é presidente do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo. Em 27/09, ele concedeu entrevista ao próprio Comitê. O assunto foi a crise que ameaça abalar ainda mais a economia mundial.

Como se sabe, um dos pontos mais críticos desse cenário são as dívidas públicas européias e americana. Mas Toussaint afirma que:
... as dívidas privadas são muito mais importantes do que as dívidas públicas. Segundo o último relatório do McKinsey Global Institute, a soma das dívidas privadas em escala mundial chega a US$ 117 trilhões. Ou seja, cerca de três vezes mais que o total das dívidas públicas cujo volume atinge US$ 41 trilhões. É grande o risco de que empresas privadas, dentre as quais os bancos certamente fazem parte juntamente com os outros investidores institucionais, não consigam enfrentar o reembolso das suas dívidas. A General Motors e o Lehman Brothers caíram em falência em 2008 assim como numerosas empresas, pois eram incapazes de pagar suas dívidas.
Ainda segundo Toussaint, “os banqueiros, outros empresários, a mídia tradicional e governos não querem falar senão das dívidas públicas e tomam como pretexto o seu aumento a fim de justificar novos ataques contra os direitos econômicos e sociais da maioria da população”.

Toussaint tem toda razão. O que mais se ouve na grande mídia é que a crise é culpa de desperdícios com aposentadorias elevadas, altos salários para o funcionalismo público e direitos sociais exagerados. Nenhuma palavra sobre o rombo que o dinheiro público vem cobrindo.

São verdadeiros mestres em ilusionismo vigarista. Gastam nosso dinheiro, ficam devendo e ainda nos fazem pagar.

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