Prezados amigos do século 15, desde o século 21 envio-lhes algumas notícias. Estas são tão abundantes que existem publicações que as trazem todos os dias. São os jornais. Foi num deles que li algo que me chamou muito a atenção.
Referia-se a uma obra chamada condomínio. Apresentava tal profusão de coisas incompreensíveis que não me animei a pedir mais esclarecimentos aos amigos que fiz por aqui. Limitei-me a solicitar-lhes uma definição geral sobre o tipo de habitação a que o jornal se referia.
Responderam-me que se trata de áreas cercadas, contando com segurança, comércio e todo tipo de serviço. Pelo que entendi, seu habitantes isolam-se do restante da cidade o máximo que podem. Procuram evitar a violência e os desconfortos da caótica vida urbana destes tempos.
Eis que fiquei mais tranqüilo. Não passam do que chamaríamos de castelos feudais. O problema é que os moradores desses sítios não parecem dar-se conta de que permanecer de tal forma separados não é garantia de sossego. É muito provável que a vida do restante da população cedo ou tarde, de um modo ou de outro, acabe por lhes atingir.
Tal impressão me foi confirmada através de novas leituras dos mesmos jornais. São muitos os relatos de condomínios invadidos por bandidos. Ou casos de violência e crimes cometidos entre seus muros. Sem falar na impossibilidade de estender a proteção residencial aos inevitáveis deslocamentos pelo restante da cidade.
Talvez, fosse melhor cavar fossos ao redor de seus territórios e enchê-los de jacarés. Mas, como sabemos, nem isso impediu que os castelos feudais acabassem por encontrar seu fim.
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