O machismo
entre os membros do Comitê Olímpico internacional só não é maior que seu
racismo. Na década de 50, por exemplo, tentaram impedir que mulheres negras
participassem em provas de pista e campo. Segundo alguns dos membros do
colegiado, elas pareciam hermafroditas.
A participação
das mulheres nas Olimpíadas representa um desafio à autoridade masculina. Sua
força, resistência e recusa a se dobrar aos padrões de beleza dominantes
incomodam o machismo.
Basta olhar o
caso de Caster Semenya, campeã mundial nos 800 metros em 2009. Ela teve que
suportar todo tipo de acusações porque não se encaixa no que é considerado
normal para um esportista do sexo feminino.
Essa divisão
rígida entre os gêneros é algo que os Jogos Olímpicos acabam desafiando. Tudo
indica que haverá cada vez mais atletas transexuais. A ideia de que meninos jogam
num lugar e meninas em outro não é algo inerente à natureza humana. É uma
imposição social.
Claro que sempre
haverá tipos diferentes de atletas, mas nada obriga que o critério tenha que
ser o de gênero. Por que não considerar a força, o peso, a agilidade? A
divisão com base no sexo é arbitrária. E é mais uma forma de nos dividir e nos
faz sentir diferentes uns das outros.