No texto “Junho como enigma”, publicado
no Blog Junho, Paulo Gajanigo discute a participação dos jovens na atual crise
política. Segundo ele, “o protagonismo nos movimentos pró e contra o
impeachment não é da juventude”.
É verdade. Principalmente, em relação
aos jovens pobres que iniciaram as Jornadas de Junho lutando contra o aumento
do preço das passagens e pela tarifa zero. Mas por que está ausente das ruas justamente
uma geração militante capaz de radicalizar a democracia?
Certamente, porque nenhum dos lados
os representa. Ainda que condene o golpismo do impeachment, esta geração de lutadores jamais sairia
às ruas ao lado de quem a expulsou delas na base da porrada. Além disso, desde que
se conhecem por gente, estes jovens acostumaram-se a ver o PT como
representante máximo do poder.
Ao mesmo tempo, muitos dos atuais militantes
novos mal sabem como foi terrível a ditadura empresarial-militar de 1964. Consequência
do processo de “esquecimento” imposto por acordos políticos vergonhosos. Em
compensação, ainda sofrem com a perseguição policial que cai sobre eles desde 2013.
Grande responsável por esse cenário é
o próprio PT. José Genoino, por exemplo, participou da Guerrilha do
Araguaia. Foi torturado e ficou preso por 5 anos nos anos 1970. Em 2011, como assessor especial
do ministro da Defesa, opôs-se a qualquer tentativa de levar seus carrascos aos
tribunais.
Outro caso é o da própria Dilma. Ficou
famosa a foto em que os militares que a julgavam escondiam seus rostos. Hoje, graças
à amnésia que os petistas ajudam a manter, a direita já não precisa se esconder
para condenar a esquerda em tribunais igualmente ilegítimos.
Muito bom, principalmente quando toca na falta de representatividade das forças em disputa para a juventude.
ResponderExcluirExatamente.
ResponderExcluirValeu!