Lênin dizia que os maiores inimigos
dos revolucionários são seus próprios erros. Afinal, quando a classe dominante nos
impõe derrotas só está fazendo o que dela se espera.
Reclamar dos ataques feitos por nossos
inimigos de classe é como responsabilizar o escorpião por picar quem tenta
acariciá-lo.
Como não há seres humanos que não
erram, não pode haver revolucionários infalíveis. Daí, a constante necessidade
de aprender com os próprios equívocos.
Lênin era rigoroso e implacável na
defesa de suas posições políticas. Mas não hesitava em reconhecer os erros que
ele mesmo cometia.
A este reconhecimento os
revolucionários chamam de autocrítica. Uma prática necessária, desde que não se
transforme na “confissão” que antecede a “penitência” no altar do Comitê Central.
A autocrítica deveria ser um
exercício tão constante quanto são frequentes nossos erros políticos. Mas vivemos
um período em que ela é particularmente necessária.
Um dos maiores partidos de esquerda
do mundo acumula erros enormes e terríveis. Um dos mais graves, o de confiar em
seus inimigos. Outro, o de abandonar seus maiores aliados.
Mas seria injusto exigir ao PT que faça
autocrítica. Lembremos que a afirmação leninista se referia aos revolucionários.
Já a esquerda não petista, se continuar
ignorando seus próprios enganos, jamais ultrapassará a nível do mero discurso em
suas pretensões radicais.
A começar pela aposta prioritária e
generalizada nas disputas para ocupar postos em governos, parlamentos e cúpulas
sindicais.
Não foi apenas o PT que perdeu as
multidões para a direita. As manifestações de junho de 2013 também fizeram
grandes estragos entre nós.
Desde então, somente alguns poucos vêm
tentando se afastar dos escorpiões.
Muito bom o texto. Gostaria muito de entender por que acha que as manifestações de junho de 2013 fizeram grande estragos entre nós (imagino os revolucionários).
ResponderExcluirPor que ficamos (os revolucionários da esquerda não petista, incapazes de nos desatolar de nossas pautas eleitorais e sindicais) à margem das manifestações. E os que tentaram intervir nelas, cometeram graves erros, como tentar tomar a sua frente de cima para baixo. Sem falar nos que não conseguindo, resolveram simplesmente tachar todo mundo como sendo de direita e até defender a criminalização de alguns setores dos manifestantes.
ExcluirValeu,
Bração!
Perfeito, Sergio. E o que foi feito dessas manifestações, não? Sumiram e abriram para a direita. Não que as considere responsáveis, mas a direita covarde precisou desse empurrão para ir às ruas. A gente sabia da importância dela, mas temia o avanço da direita que já começava a aparecer. Lembro que trocamos mails onde você acusava nestas manifestações esse avanço. Falava que a esquerda tinha que expulsar, como no passado, a direita golpista. Esse movimento foi importantíssimo mas impotente de responder às suas possibilidades históricas. Isso também estava escrito. Abraço
ExcluirCompletando: O resultado dessa desastrosa intervenção foi continuarmos pequenos e sendo confundidos com a esquerda institucional em geral. E setores da base que efetivamente participaram das atividades de junho ganhando o respeito dos manifestantes o fizeram como militantes isolados e não credenciados pela militância coletiva de seus respectivos partidos.
ResponderExcluirBem interessante o raciocínio sobre as manifestações de junho de 2013. De fato, como presenciei na mais comentada delas, a do dia 17, havia sim blocos pronunciados da direita agredindo ou expulsando quem portasse bandeiras referentes à esquerda. Pude ver isso bem nitidamente. E fui um exemplo isolado, q nem de vermelho estava.
ResponderExcluirCompletando: não sofri agressão alguma, apenas testemunhei.
ResponderExcluirPois, é, Salate.
ResponderExcluirValeu
Beijo